domingo, 18 de fevereiro de 2007

Santo Tomás contra os carismáticos

Não surpreende que Santo Tomás fosse contrário à Renovação Carismática, mesmo no longínquo século XIII. Na obra Meditationes ex Operibus S. Thomae, o padre D. Mézard, O. P., mostra o Doutor Angélico ensinando que não devemos ser extravagantes no culto exterior que prestamos a Deus. E isto não varia de acordo com os gostos particulares de cada um, mas é assim “por comparação à caridade” (op. cit.), pois Jesus disse: «Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita» (Mt 6, 3). Segue o texto (destaques meus):

“Diz o Evangelho: «eis que o reino de Deus está no meio de vós» (Lc 17, 21). Portanto, não consiste principalmente nos atos exteriores: «o reino de Deus não é nem comida nem bebida», diz S. Paulo (Rm 14, 17). Os atos interiores são como um fim que se busca por si mesmo. Os atos exteriores, porém, pelos quais o homem rende homenagem a Deus, são como meios ordenados a um fim.

“Ora, naquilo que se busca como fim, não há restrição de medida: quanto mais, melhor. Ao contrário, naquilo que se busca como meio a um fim, há uma medida proporcionada ao fim. Por exemplo, o médico quer a cura com todas as suas forças; dispensa remédios, não tantos quanto suas forças permitem, mas tantos quanto julga oportuno para a cura do paciente.

“Assim, o homem não tem restrições quanto à fé, a esperança, a caridade; quanto mais crê, espera e ama, melhor (...) Mas nos atos exteriores, é preciso que haja discrição, por comparação à caridade.”

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